Homenagem
Em 1955, o elemento atômico n.º 101 da tabela periódica recebeu o nome
Mendelévio (
Md), em sua homenagem.
Dimitri Mendeleev em 1897.
Dimitri I. Mendeleev nasceu na cidade de
Tobolsk na
Sibéria. Era o filho caçula de uma família de 17 irmãos. Seu pai,
Ivan Pavlovich Mendeleev era
diretor da
escola de seu povoado, perdeu a
visão no mesmo ano de seu nascimento. Como consequência perdeu seu trabalho.
Já que seu pai recebia uma
pensão insuficiente, sua mãe
Maria Dimitrievna Mendeleeva, passou a dirigir uma
fábrica de
cristais fundada por seu avô,
Pavel Maximovich Sokolov. Na escola, desde cedo destacou-se em
Ciências (nem tanto em
ortografia). Um cunhado,
exilado por motivos políticos e um químico da fábrica inspiraram sua
paixão
pela ciência. Depois da morte de seu pai um incêndio destruiu a fábrica
de cristais. Sua mãe decidiu não reconstruir a fábrica mas sim investir
suas
economias na
educação do filho.
Nessa época todos os seus irmãos, exceto uma irmã, já viviam independentemente. Sua mãe então mudou-se com ambos para
Moscovo a fim de que ele ingressasse na
universidade de Moscovo o que não conseguiu. Talvez devido ao clima
político vivido pela Rússia naquele momento a universidade só admitia moscovitas.
Foram então para
São Petersburgo,
onde a situação era precisamente a mesma, não se admitiam estudantes de
outras regiões, porém sua mãe descobriu que o diretor do Instituto
Pedagógico Central (principal escola formadora de
professores da Rússia da época) era amigo de seu finado marido, portanto, onde a
burocracia frustrava, o favoritismo mandava e Dimitri consegue uma vaga.
O Instituto Pedagógico Central ficava nos mesmos prédios da
Universidade de São Petersburgo e tinha em seu quadro docente muitos
professores da própria universidade, dentre eles o famoso físico alemão
Heinrich Lenz. Interessou-se pela química graças ao prestigiado professor Alexander Voskresenki, que passou seus últimos anos de vida em uma
enfermaria devido a um
falso diagnóstico de
tuberculose. Ainda assim
graduou-se em 1855 como primeiro de sua classe.
Em 1859 conseguiu uma
verba do governo para estudar no exterior por dois anos. Primeiro foi a
Paris estudar sob
Henri Victor Regnault, um dos maiores experimentalistas europeus da época (consta que Regnault havia feito várias descobertas importantes, como o
princípio da conservação de energia, mas seus estudos haviam sido destruídos e Regnault não conseguiu recuperar antes de sua morte).
No ano seguinte, Mendeleev seguiu para a
Alemanha estudar com
Gustav Kirchhoff e
Robert Bunsen, inventores do
espectroscópio - importante instrumento para descoberta de novos elementos daquela época - e do até hoje utilizado
bico de Bunsen.
O comportamento explosivo de Mendeleev tornou-se sua ruína. Com
pouquíssimo tempo de convivência, brigou com Kirchoff e desistiu das
aulas, porém, continuou na Alemanha onde residia em um pequeno
apartamento que transformou em
laboratório. Neste laboratório improvisado, trabalhando sozinho, limitou-se a estudar a dissolução do
álcool em
água e fez importantes descobertas sobre
estruturas atômicas,
valência e propriedades dos
gases.
Uma versão da tabela periódica de Mendeleev, da primeira edição
inglesa do seu livro de texto (1891, baseada na 5.ª edição russa).
Em 1860, pouco antes de voltar à Rússia, participou do 1º Congresso Internacional de Química da Alemanha, em
Karlsruhe, onde foi decido por influência do químico
italiano Stanislao Cannizzaro que o padrão de abordagem dos
elementos químicos seria o
peso atômico.
Casa-se pela primeira vez, por pressão da irmã, em 1862 com
Feozva Nikítichna Lescheva
com a qual teve três filhos um dos quais faleceu. Esta foi uma união
infeliz e, em 1871, separaram-se. Casou-se pela segunda vez em 1882 com
Ana Ivánovna Popova
26 anos mais jovem. Tiveram quatro filhos. Teve de enfrentar a oposição
da família de Ana e o facto de que Feozva negava-se a dar-lhe o
divórcio.
Em 1869, enquanto escrevia seu
livro de
química inorgânica,
Dimitri Ivanovich Mendeleev organizou os elementos na forma da tabela
periódica actual. Ele criou uma carta para cada um dos 63 elementos
conhecidos. Cada carta continha o
símbolo do elemento, a
massa atômica e as suas propriedades químicas e
físicas.
Colocando as cartas numa mesa, organizou-as em ordem crescente de
massas atómicas, agrupando-as em elementos de propriedades semelhantes.
Tinha então acabado de formar a tabela periódica.
Esta tabela de Mendeleev tinha algumas vantagens sobre outras tabelas ou
teorias
antes apresentadas, mostrando semelhanças numa rede de relações
vertical, horizontal e diagonal. A classificação de Mendeleev deixava
ainda espaços vazios, prevendo a descoberta de novos elementos.
A tabela de Mendeleev serviu de base para a elaboração da actual
tabela periódica, que além de catalogar 118 elementos conhecidos,
fornece inúmeras informações sobre o comportamento de cada um.
Mendeleev ordenou os 60 elementos químicos conhecidos de sua época na
ordem crescente de peso atômico de certa forma que em uma mesma
vertical ficavam os elementos com propriedades químicas semelhantes,
constituindo os grupos verticais, ou as chamadas famílias químicas. O
trabalho de Mendeleev foi um trabalho audacioso e um exemplo
extraordinário de intuição científica. De todos os trabalhos
apresentados que tiveram influência na tabela periódica o de Mendeleev
teve maior perspicácia.
Ele foi um
cientista que defendeu a
origem inorgânica do petróleo.
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O facto capital para se notar é que o
petróleo nasceu nas profundezas da Terra, e é somente lá é que devemos
procurar sua origem.[1] |

— Dimitri Mendeleiev
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Viajou por toda a
Europa visitando vários
cientistas. Em 1902 foi a
Paris e esteve no laboratório do casal
Pierre e
Marie Curie.
Faleceu, vitimado por uma
gripe[2] em 1907, já praticamente cego.